terça-feira, julho 29, 2008

Era sempre a mesma vontade besta, que a acometia no fim de tarde. Quando o sol se punha, um pouco dela também ia para o final do horizonte da vida. Ela datilografava seus laudos diários e na sua mente escutava a voz de Betania, cantando "clara, noite rara". Queria mais que o mundo. Queria poder carregar toda a vivacidade da natureza em seus atos rotineiros. É mesmo difícil viver, quando o que se quer é transcender o desconhecido.

segunda-feira, julho 21, 2008

Ela queria era escrever mais.

Andava sem cabeça para sentar e organizar suas idéias.
Mas as histórias continuavam.
Ora moralistas, ora levianas.
Como quem não quer nada, sempre vai criando fantasias e medos.
Depois, transcreve para o papel usando sempre os mesmo utensílio.
Sua máquina de escrever era sua cruz de exorcismo.
A partir dela seus fenômenos mais íntimos podiam ser expelidos.
Ela sabia que de certa forma tocava alguém, mesmo sem a exata compreensão.

Hoje, escreveria sobre morangos. E mofos.