segunda-feira, abril 28, 2008

Para quem não sabe:

Existe uma grande diferença entre dar as mãos e acorrentar almas.

quinta-feira, abril 24, 2008

Tenho conversado muito com as pessoas sobre o quão difícil é amadurecer. É estranho, mas a sensação de água correndo por entre os dedos é uma constante. Os acontecimentos continuam em alta velocidade, mas ao mesmo tempo, tudo parece calmo, como a velhice. Se adaptar com o final das coisas é muito difícil. Se adaptar ao fim das diversas possibilidades nem se fala. Parece que o querer ser tanto, agora se resumiu ao arrumar um bom emprego, com vale-transporte e refeição. O que não te salva de ser um grande otário, refém dos aplicativos de seu computador. É triste perceber que o colorido da vida vai desaparecendo. Os nossos sonhos se tornam velhos ranzinzas. O pessimismo vai nos abatendo de uma tal maneira que não conseguimos mais ver a luz no fim do túnel.
Queria viver eternamente nos meus filmes imaginários. Neles eu sou essa mesma praga louca. Por isso, eu os quero dentro de mim, cultivando meu lado leviano. Sou uma pessoa difícil, eu sei. Queria ser fácil, queria ser feliz morando no fundo da casa dos meus pais. Mas não sou assim. Nasci para dizer: nada está ótimo! Assim que as coisas funcionam. Vou amar e me cansar. Um dia acordarei entediada e ficarei de cara fechada. Mas num fim de tarde qualquer um sopro de vida me enche de alegria. E eu vou sorrir, um riso sincero. O meu resto de felicidade.

segunda-feira, abril 14, 2008

Existem coisas que não devem ser entendidas.
Não devem ser explicadas.
Não existe a fórmula mágica, vendida na farmácia.
Não existe um esquema em power point.
Independem da prática, da contagem regressiva.

Essas coisas devem ser vividas.
Envolve gosto e cheiro.
Produzem sinestesia, sentido, sincronicidade.

Talvez, por isso, a literatura auto-ajuda é uma grande bobagem contemporânea.

domingo, abril 13, 2008

Ela sabia que de fato tudo seria previsível.

Juntos seguiriam exatamente a receita, passo-a-passo.
Saberiam o porquê de todas as brigas e as palavras a serem ditas no momento do perdão.

Tinha certeza dos momentos de silêncio: o não-entender eterno.
Isso, ela guardaria para seus livros e discos.
Para seus filmes imaginários, com trilha sonora previamente definida.
Sua arte particular autobiográfica.

Todo esse universo tinha uma intersecção exata com ele.
Algumas coisas ficavam de fora, deveriam ser adaptadas.
Mas, o ponto de encontro fazia com que que todas as diferenças fossem esquecidas.

segunda-feira, abril 07, 2008

Do colo, surgia a melhor sensação entre todas as sensações.
Era como se o despertar ocorresse de forma lenta e gradual.
Nada de despertadores, nem lençol saindo da cama.
A vida parecia ter gosto de baunilha.

Sentir que alguém gosta de estar ao seu lado é algo mágico.
Mas, melhor ainda, é quando alguém não quer estar ao lado de outro alguém, se não, você.

Eu, mim: amar é tão egoísta.