quinta-feira, abril 24, 2008

Tenho conversado muito com as pessoas sobre o quão difícil é amadurecer. É estranho, mas a sensação de água correndo por entre os dedos é uma constante. Os acontecimentos continuam em alta velocidade, mas ao mesmo tempo, tudo parece calmo, como a velhice. Se adaptar com o final das coisas é muito difícil. Se adaptar ao fim das diversas possibilidades nem se fala. Parece que o querer ser tanto, agora se resumiu ao arrumar um bom emprego, com vale-transporte e refeição. O que não te salva de ser um grande otário, refém dos aplicativos de seu computador. É triste perceber que o colorido da vida vai desaparecendo. Os nossos sonhos se tornam velhos ranzinzas. O pessimismo vai nos abatendo de uma tal maneira que não conseguimos mais ver a luz no fim do túnel.
Queria viver eternamente nos meus filmes imaginários. Neles eu sou essa mesma praga louca. Por isso, eu os quero dentro de mim, cultivando meu lado leviano. Sou uma pessoa difícil, eu sei. Queria ser fácil, queria ser feliz morando no fundo da casa dos meus pais. Mas não sou assim. Nasci para dizer: nada está ótimo! Assim que as coisas funcionam. Vou amar e me cansar. Um dia acordarei entediada e ficarei de cara fechada. Mas num fim de tarde qualquer um sopro de vida me enche de alegria. E eu vou sorrir, um riso sincero. O meu resto de felicidade.