sexta-feira, março 28, 2008

O dia era só uma manhã nebulosa. Ela sentia como se todo o sofrimento feminino de décadas estivesse estacionado no seu peito. Sofria toda a dor de gerações de mulheres. Desde aquelas arrastadas pelos cabelos até a neurose contemporânea.
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Ele a olhava durmir, ela sabia. Ele, de fato, nunca entenderia seu conteúdo interno. Todo aperto de uma vida interior, chamado de infinito particular. Ela queria compartilhar seus pensamentos, mas não encontrava o modo exato. Assim, respirava fundo, fechava os olhos em busca de paz exterior.
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Ela queria era esquecer quem era e o que fazia. Queria cultivar suas flores, ter um jardim secreto chamado vida.