quinta-feira, julho 05, 2007

Naquele bilhete as palavras foram escritas com caramelo. A mesma cor dos olhos que hoje pouco vê. Mas mesmo assim, apesar da saudade imensa, o mesmo gosto ainda sobrevive. Porque era difícil se adaptar aquele novo sabor de pedra e concreto. Agora, existia a imensidão dos edifícios e a dificuldade de entender seu papel no mundo. Como um grão de areia, tentava reler antigos textos, encontrar uma razão cada vez mais fugitiva e inimiga. O medo de tudo, nunca de todos, cercava seu mundo na metrópole. Afinal, toda imensidão é um grande vazio de coisas, sempre a procura de almas inquietantes.

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