quinta-feira, maio 10, 2007

Quando eu vim para "Sampa", tive a grande sorte (leia:mordomia) de vir com carro. Passei uma ano perambulando por vários cantos dessa cidade maluca. Saia de casa sem nem saber o caminho direito e sempre dava tudo certo. Ok... foi bom enquanto durou. Agora eu descubro novos ares. Meu carro voltou para Rio Preto, por motivos pessoais (leia: eu sempre achei que era um desperdício, dá muito bem para se virar com vinte e poucos anos). Todos os dias eu desço a ladeira, pego um Circular 1. É uma sensação única (leia: tudo bem... eu sou uma ecana que vê epifanismo em tudo). Mas é sério. Primeiro que, o fato do circular ser de graça, a gente vê muita coisa para um dia só. Estudantes, crianças, idosos, mulheres discutindo qual o melhor método contraceptivo, funcionários reclamando, etc (leia: vários etc). Ás vezes, eu pego o circular 2, ele dá uma baita volta. E eu percebo o quão cosmopolita a Cid. Universitária pode ser. Vejo mil tipos, cada departamento com o seu way of life, pessoas correndo, animais perambulando sem rumo, fico lendo os escritos nos pontos e vejo a agonia nos olhos de alguns. Daí eu me lembro o quanto meu sonho (leia: passar na USP e ser orgulho da família) não combinava com isso, não pensava exatamente que ia ser assim, cheio de árvores e greves. Mas apesar dos pesares, ainda me sinto especial (leia: viu, André?) por estar aqui no perrengue e na alegria de cada dia. É do caralho fazer parte disso. Passar pela FAU, depois pelos bancos e avistar ao longe a minha nova casa. Porque aqui eu me descubro e me permito. Aqui eu me sinto muito bem, obrigada. Por isso, mãe e pai não se preocupem comigo. Estar sem carro não é o grande problema. É só uma descoberta, como tudo na vida.

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