terça-feira, maio 27, 2008

Como viver sem sentir o tempo passar? Ela sempre se questionava.
Era enorme a sua dor ao sentir o tic-tac eterno do ponteiro do relógio. Queria tardes ensolaradas, evidenciando cores mil. Queria o roxo sempre ao lado do amarelo ovo. Queria a primavera perene dos seus sonhos íntimos. Queria flores formando um lindo caminho em seus pensamentos. Em meio a tudo isso, queria uma toalha no chão. Os sorrisos provenientes das conclusões mais toscas. Como o amor. Não queria nenhum contrato, nenhum prazo. Nada de roupas sujas para lavar. Nada de prestações, juros, neuroses capitalistas. E assim, o tempo passava sem qualquer compreensão racional viciosa. O ciclo era natural, nada de baratas no liquidificador.
Viver era mais fácil, quando ela não pensava tanto.