quinta-feira, dezembro 14, 2006

Estou lendo Budapeste do Chico. Ele é foda e eu queria ser como ele. Ou pelo menos chegar um milimetro perto disso. Mas não dá. Confesso, ele nasceu abençoado, mas também viveu numa época propícia. Um tempo inspirador, por ser repressivo. Voltando ao livro. Fala de um indivíduo que vende a autoria do que escreve e o produto vendido é um escrito à imagem e semelhança do comprador. Mas sobre a imitação mesma como o livro gostaria, uma imitação da imitação, como espelhos a se refletirem numa sala de espelhos, sua única imagem é um fosco, redondo e plano fracasso. Eu diria que a vida literária tem mistérios que o comum da gente não consegue explicar. Para nada esclarecer, ou expressar, esta seria uma boa resposta. Tentemos as más respostas, em razão, até, da sua sinceridade.

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