E o retorno a realidade nem era tão ruim quanto pensava. Tinha gosto daquele sabor que já experimentara, mas não se lembrava o nome.Era o sabor da vida, ora doce, ora amarga.
Os problemas continuavam os mesmos. Trânsito, poluição, violência, neuroses, dramas. Tinha medo da amargura que convalesce os mais velhos e convence aqueles que ainda estão à procura. E ela sempre estava à procura. Porque sabia que o momento em tudo se encaixava, era também o momento da fuga.
Mas então o que mudara desde a sua volta? Somente o coração e o olhar. Era como se o seu pessimismo agora estivesse envolto por uma barreira que o impedia se manifestar a todo instante. Ela, agora, sentia-se privilegiada.
Tinha vivido mais vida que os outros.
sexta-feira, agosto 27, 2010
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