domingo, novembro 11, 2007
Da caixa com o laço vermelho veio aquela sensação de borboletas batendo asas no estômago. Ele era a sua melhor versão masculina. Por ele, agora, ela faria tudo e iria a qualquer lugar. Já provara ser especial no dia em que largou a chave de fenda e foi soltar pipa no quintal. Ela queria conhecê-lo, queria andar no banco de trás do seu carro. Então: uma lupa. Esse era o presente da fita vermelha. E ele disse: "vai descobrir o mundo". Ela, desde então, obedeceu. De pequena ainda precisava do objeto, hoje não. Analisa milimetricamente cada coisa, em seu lugar ou não. E entende que toda a origem da necessidade de observar vem daquela oficina. É a vontade de montar e desmontar o mundo, para assim, compreendê-lo melhor.
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